Percebo seis gaivotas à beira do mar.
Elas esperam o acontecimento de algo que
me é ignorado. As ondas chegam mansas até elas. E ora as gaivotas levantam os
pés, ora examinam as asas. Sempre à espera. Tranquilas, contemplativas,
incansáveis.
Assisto a cena protegido pelo
guarda-sol. Eu as vejo, elas fingem não saber que eu estou ali, intruso, a
cinquenta passos. Penso que, talvez, as gaivotas estejam contando as ondas, até
a exata hora em que saberão alçar o voo. Ou ainda, que estejam ali num seminário
sobre o melhor momento para fisgar os peixes e saciar a fome.
Infelizmente, não tenho o dom de falar
a língua delas, nem sei reconhecer os sinais dos seus gestos. Mas enquanto
contemplo o estar amistoso das seis gaivotas à beira do mar e assisto adiante as
ondas que arrebentam na praia, comungo com elas a dúvida de não saber se voo,
mergulho ou medito. Assim como me vem a fé de que a beleza não tem razão de ser
quando o assunto são gaivotas à beira do mar.
Marcelo Maluf
Ilha
do Cardoso
09 de
Janeiro de 2013.
Belo.
ResponderExcluirMeditatório.
ResponderExcluirSimplesmente belo.
ResponderExcluirkoan zen
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