segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Seis Gaivotas



Percebo seis gaivotas à beira do mar. Elas esperam  o acontecimento de algo que me é ignorado. As ondas chegam mansas até elas. E ora as gaivotas levantam os pés, ora examinam as asas. Sempre à espera. Tranquilas, contemplativas, incansáveis.
Assisto a cena protegido pelo guarda-sol. Eu as vejo, elas fingem não saber que eu estou ali, intruso, a cinquenta passos. Penso que, talvez, as gaivotas estejam contando as ondas, até a exata hora em que saberão alçar o voo. Ou ainda, que estejam ali num seminário sobre o melhor momento para fisgar os peixes e saciar a fome.
Infelizmente, não tenho o dom de falar a língua delas, nem sei reconhecer os sinais dos seus gestos. Mas enquanto contemplo o estar amistoso das seis gaivotas à beira do mar e assisto adiante as ondas que arrebentam na praia, comungo com elas a dúvida de não saber se voo, mergulho ou medito. Assim como me vem a fé de que a beleza não tem razão de ser quando o assunto são gaivotas à beira do mar.


Marcelo Maluf

Ilha do Cardoso
09 de Janeiro de 2013.

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